quinta-feira, 24 de novembro de 2011

Freddie Mercury: Voz incomparável, performer extravagante


Freddie Mercury morreu há 20 anos.




Ninguém discutirá se dissermos que ele é um dos maiores animais de palco do século XX e uma das mais inconfundíveis vozes de sempre da música. A sua vida privada e o facto de ter sido a primeira grande estrela rock a morrer de SIDA foram alvo de grande atenção mediática mas hoje, com 20 anos de distância do seu desaparecimento, o mundo sabe que o que ficou de Freddie Mercury foi a música. E ele ainda cá está, nas vozes e nos acordes de outros.

Apesar de também ter no currículo uma parcela a solo da sua carreira foi na música dos Queen que Freddie Mercury se celebrizou. A voz com uma alcance incomparável, as canções intemporais, fruto de uma mistura de influências nunca antes vista, as atuações «over the top» a atingir níveis de extravagância elevadíssimos, traziam ao mundo da música algo completamente novo.
Ele podia ter gerado paixões e ódios mas a verdade é que é difícil encontrar uma opinião negativa sobre a carreira do artista. A prova da sua relevância é que o seu legado cá continua. As músicas passam na rádio como se tivessem sido lançadas hoje, os álbuns vendem como se tivessem sido colocados à venda agora e muitos (muitos) artistas vão beber inspiração a Freddie. Ele está lá nas canções de Lady Gaga, dos Smashing Pumpkins ou dos Muse, nas vozes de Adam Lambert ou de Mika e até os Marretas lhe prestaram homenagem.
Freddie foi o primeiro em muitas coisas. Foi o primeiro com um estilo de atuação «flamboyant» numa banda de rock, foi o primeiro cantor de rock a mostrar que conseguia ir dos agudos aos graves sem qualquer dificuldade, foi o primeira «estrela de rock asiática» na Grã-Bretanha (nasceu a 5 de Setembro de 1946 na colónia britânica de Zanzibar, ilhas orientais que fazem hoje parte da Tanzânia, com o nome de Farrokh Bulsara, mas passou a infância na Índia). Foi também a primeira grande estrela rock a morrer de SIDA.
Foi na Índia que, aos 12 anos, formou a sua primeira banda, os «Hectics». Aos 17 mudou-se com a família para Feltham, na Inglaterra, e estudou Arte numa faculdade em Londres.
Depois de ter passado por algumas bandas, juntou-se, em 1970, ao guitarrista Brian May e ao baterista Roger Taylor para formar os Queen. Do trabalho que fizeram ao longo de 20 anos, ficaram hinos como «Bohemian Rhapsody», «Love of my Life» », «Crazy Little Thing Called Love», «The Show Must Go On» ou «We Are the Champions».
A solo, Freddie viria também a gravar temas como «Barcelona», ao lado de Monserrat Caballet, «I Was Born to Love You» e «Living on My Own». Em palco mostrava o seu alter-ego, recorrendo às maiores excentricidades, a um guarda-roupa espampanante e a encenações dignas do mais dispendioso musical. Mas em privado era um homem mais reservado, recusando muitas entrevistas e negando praticamente até ao fim que era seropositivo.
A sua intimidade recebeu quase tanta atenção quanto o seu «eu» em palco. Viveu durante vários anos com Mary Austin, que até ao final disse ser a sua «única amiga» e a quem deixou grande parte dos seus bens. Mas, em meados dos anos 70, começaram os rumores de que Mercury manteria uma relação com um executivo americano de uma empresa discográfica, ligação que terminaria o relacionamento com Mary Austin.
Desde então, a especulação nos média sobre as relações homossexuais do cantor passou a ser cerrada e ainda mais o foi quando boatos sobre a sua suposta doença vieram à tona. Na altura, nos anos 80, o termo VIH/SIDA era recente e o desconhecimento sobre como lidar com a doença ainda era grande. Foi nessa década que várias figuras públicas assumiram sofrer da doença. Foi na mesma altura que muitas delas sucumbiram a ela. O filósofo Michel Foucault, o ator Rock Hudson, o escritor Bruce Chatwin ou o compositor Howard Ashman foram algumas das suas vítimas.
Em 1991, depois de aparições públicas que já não deixavam margens para dúvidas mas uma insistente recusa em admitir a doença, Freddie emite um comunicado em que diz sofrer de SIDA. No dia seguinte, a 24 de Novembro, morre na sua casa em Kensington, ao lado do companheiro Jim Hutton e da ex-namorada e amiga Mary Austin. O seu corpo foi cremado e o paradeiro das cinzas, diz-se, apenas o sabe Mary Austin.
20 anos depois da sua morte, Freddie Mercury e os seus Queen, somam mais de 300 milhões de discos vendidos em todo o mundo e um reconhecimento que poucos têm. O espetáculo continuou e ele é ainda hoje o amor da vida de muitos.

20 anos depois: Freddie Mercury «não morreu, deixou de fazer música»






terça-feira, 15 de novembro de 2011

Clara Ferreira Alves vs. Mário Soares



"Tudo o que aqui relato é verdade. Se quiserem, podem processar-me.
Eis parte do enigma. Mário Soares, num dos momentos de lucidez que ainda vai tendo, veio chamar a atenção do Governo, na última semana, para a voz da rua.

A lucidez, uma das suas maiores qualidades durante uma longa carreira politica. A lucidez que lhe permitiu escapar à PIDE e passar um bom par de anos, num exílio dourado, em hotéis de luxo de Paris.

A lucidez que lhe permitiu conduzir da forma "brilhante" que se viu o processo de descolonização.

A lucidez que lhe permitiu conseguir que os Estados Unidos financiassem o PS durante os primeiros anos da Democracia.

A lucidez que o fez meter o socialismo na gaveta durante a sua experiência governativa.

A lucidez que lhe permitiu tratar da forma despudorada amigos como Jaime Serra, Salgado Zenha, Manuel Alegre e tantos outros.

A lucidez que lhe permitiu governar sem ler os "dossiers"...

A lucidez que lhe permitiu não voltar a ser primeiro-ministro depois de tão fantástico desempenho no cargo.

A lucidez que lhe permitiu pôr-se a jeito para ser agredido na Marinha Grande e, dessa forma, vitimizar-se aos olhos da opinião pública e vencer as eleições presidenciais.

A lucidez que lhe permitiu, após a vitória nessas eleições, fundar um grupo empresarial, a Emaudio, com "testas de ferro" no comando e um conjunto de negócios obscuros que envolveram grandes magnatas internacionais.

A lucidez que lhe permitiu utilizar a Emaudio para financiar a sua segunda campanha presidencial.

A lucidez que lhe permitiu nomear para Governador de Macau Carlos Melancia, um dos homens da Emaudio.

A lucidez que lhe permitiu passar incólume ao caso Emaudio e ao caso Aeroporto de Macau e, ao mesmo tempo, dar os primeiros passos para uma Fundação na sua fase pós-presidencial.

A lucidez que lhe permitiu ler o livro de Rui Mateus, "Contos Proibidos", que contava tudo sobre a Emaudio, e ter a sorte de esse mesmo livro, depois de esgotado, jamais voltar a ser publicado.

A lucidez que lhe permitiu passar incólume as "ligações perigosas" com Angola, ligações essas que quase lhe roubaram o filho no célebre acidente de avião na Jamba (avião esse transportando de diamantes, no dizer do então Ministro da Comunicação Social de Angola).

A lucidez que lhe permitiu, durante a sua passagem por Belém, visitar 57 países ("record" absoluto para a Espanha - 24 vezes - e França - 21), num total equivalente a 22 voltas ao mundo (mais de 992 mil quilómetros).

A lucidez que lhe permitiu visitar as Seychelles, esse território de grande importância estratégica para Portugal, aproveitando para dar uma voltinha de tartaruga.

A lucidez que lhe permitiu, no final destas viagens, levar para a Casa-Museu João Soares uma grande parte dos valiosos presentes oferecidos oficialmente ao Presidente da Republica Portuguesa.

A lucidez que lhe permitiu guardar esses presentes numa caixa-forte blindada daquela Casa, em vez de os guardar no Museu da Presidência da República.

A lucidez que lhe permite, ainda hoje, ter 24 horas por dia de vigilância paga pelo Estado nas suas casas de Nafarros, Vau e Campo Grande.

A lucidez que lhe permitiu, abandonada a Presidência da Republica, constituir a Fundação Mário Soares. Uma fundação de Direito privado, que, vivendo à custa de subsídios do Estado, tem apenas como única função visível ser depósito de documentos valiosos de Mário Soares. Os
mesmos que, se são valiosos, deviam estar na Torre do Tombo.

A lucidez que lhe permitiu construir o edifício-sede da Fundação violando o PDM de Lisboa, segundo um relatório do IGAT, que decretou a nulidade da licença de obras.

A lucidez que lhe permitiu conseguir que o processo das velhas construções que ali existiam e que se encontrava no Arquivo Municipal fosse requisitado pelo filho e que acabasse por desaparecer
convenientemente num incêndio dos Paços do Concelho.

A lucidez que lhe permitiu receber do Estado, ao longo dos últimos anos, donativos e subsídios superiores a um milhão de contos.

A lucidez que lhe permitiu receber, entre os vários subsídios, um de quinhentos mil contos, do Governo Guterres, para a criação de um auditório, uma biblioteca e um arquivo num edifico cedido pela Câmara de Lisboa.

A lucidez que lhe permitiu receber, entre 1995 e 2005, uma subvenção anual da Câmara Municipal de Lisboa, na qual o seu filho era Vereador e Presidente.

A lucidez que lhe permitiu que o Estado lhe arrendasse e lhe pagasse um gabinete, a que tinha direito como ex-presidente da República, na.... Fundação Mário Soares.

A lucidez que lhe permite que, ainda hoje, a Fundação Mário Soares receba quase 4 mil euros mensais da Câmara Municipal de Leiria.

A lucidez que lhe permitiu fazer obras no Colégio Moderno, propriedade da família, sem licença municipal, numa altura em que o Presidente era... João Soares.

A lucidez que lhe permitiu silenciar, através de pressões sobre o director do "Público", José Manuel Fernandes, a investigação jornalística que José António Cerejo começara a publicar sobre o tema.

A lucidez que lhe permitiu candidatar-se a Presidente do Parlamento Europeu e chamar dona de casa, durante a campanha, à vencedora Nicole Fontaine.

A lucidez que lhe permitiu considerar José Sócrates "o pior do guterrismo" e ignorar hoje em dia tal frase como se nada fosse.

A lucidez que lhe permitiu passar por cima de um amigo, Manuel Alegre, para concorrer às eleições presidenciais mais uma vez.

A lucidez que lhe permitiu, então, fazer mais um frete ao Partido Socialista.

A lucidez que lhe permitiu ler os artigos "O Polvo" de Joaquim Vieira na "Grande Reportagem", baseados no livro de Rui Mateus, e assistir, logo a seguir, ao despedimento do jornalista e ao fim da revista.

A lucidez que lhe permitiu passar incólume depois de apelar ao voto no filho, em pleno dia de eleições, nas últimas Autárquicas.

No final de uma vida de lucidez, o que resta a Mário Soares? Resta um punhado de momentos em que a lucidez vem e vai. Vem e vai. Vem e vai.

Vai.... e não volta mais."
Clara Ferreira Alves in Expresso

segunda-feira, 14 de novembro de 2011

Austeridade não é para todos!...

Já todos conhecemos este tipo de situações, mas lê-la com o destaque que merece só dificulta ainda mais aceitar os fundamentos da teoria esquizofrénica que nos vem sendo apresentada. 


Explicação da crise!...


Pediu-se a uma prestigiada consultora financeira para explicar de forma simples a crise que estamos a viver, para que as pessoas comuns compreendam as suas causas e consequências.

Esta foi a sua história:

Um homem apareceu numa aldeia do “enterior desquecido” e ofereceu aos seus habitantes 100 euros por cada burro que lhe vendessem.
Boa parte da população vendeu os seus animais.
No dia seguinte voltou e ofereceu melhor preço: 150 por cada burrico.
 Outra boa parte da população vendeu os seus.
Voltou um dia depois e ofereceu 300 euros.
 O resto do pessoal vendeu os últimos burros.
Ao ver que não havia mais animais disponíveis, o homem ofereceu 500 euros por cada burrico, dando a entender que os compraria na semana seguinte, e desapareceu.

No dia seguinte mandou à aldeia um cúmplice com os burros que tinha comprado, oferecendo-se para os vender  a 400 euros cada um.
Com a ganância de os vender a 500 euros na semana seguinte, todos os aldeãos compraram os burros a 400 euros. Quem não tinha dinheiro pediu emprestado. Entretanto, compraram todos os burros da região.

Como era de esperar, o fulano desapareceu, e o cúmplice também, e nunca mais se soube nada deles.

Resultado: A aldeia ficou cheia de burros e de gajos endividados.

Vejamos o que ocorreu depois:
Os que tinham pedido dinheiro emprestado, por não vender os burros, não puderam pagar os empréstimos.
Os que tinham emprestado dinheiro queixaram-se à junta de freguesia dizendo que se não retomavam o dinheiro ficariam arruinados,  e então não podiam continuar a emprestar… e toda a aldeia ficaria arruinada!
Para que os prestamistas não se arruinassem, o Presidente da Junta, en vez de dar dinheiro à gente da aldeia para pagar as dívidas, emprestou aos próprios prestamistas. Mas estes, que já tinham cobrado grande parte do dinheiro, não perdoaram as dívidas aos aldeões, que continuaram endividados.
O Presidente da Junta desbaratou assim o orçamento da freguesia, que ficou também endividada.
Então pediu dinheiro a outras freguesias,  mas estas negaram-se a ajudar porque, como estava  empenhada, não poderia devolver o que lhe emprestassem.

Resultado:
-         Os Chico-espertos do princípio, de papo cheio.
-         Os prestamistas, com a sua ganância satisfeita e um montão de devedores a quem continuam a cobrar o que lhes emprestaram mais os juros, e inclusive apropriando-se dos já desvalorizados burros com  que nunca conseguiriam cobrir toda a dívida.
-         Muita gente arruinada e sem burro para toda a vida.

Resultado final?:

Para solucionar esta preocupante situacão e salvar  toda a aldeia, a autarquia…

BAIXOU O ORDENADO DOS SEUS FUNCIONÁRIOS E CORTOU-LHE OS SUBSÍDIOS DE FÉRIAS E DE NATAL!

sexta-feira, 11 de novembro de 2011

O idiota e a moeda...

Conta-se que numa cidade do interior um grupo de pessoas se divertia com o idiota da aldeia. Um pobre coitado, de pouca inteligência, vivia de pequenos biscates e esmolas. Diariamente eles chamavam o idiota ao bar onde se reuniam e ofereciam-lhe a escolha entre duas moedas: uma grande de 50 cêntimos e outra, ligeiramente mais pequena, de 1 Euro. Ele escolhia sempre a maior e menos valiosa, o que era motivo de risos para todos. Certo dia, um dos membros do grupo chamou-o e perguntou-lhe se ainda não tinha percebido que a moeda maior valia menos.
      

- Eu sei, respondeu o tolo. "Ela vale metade, mas no dia em que eu escolher a outra, a brincadeira acaba e eu nunca mais vou ganhar a minha moeda". 
 
 Podem-se tirar várias conclusões desta pequena narrativa. 
 
A primeira: Quem parece idiota, nem sempre é.
A segunda: Quais eram os verdadeiros idiotas da história?
A terceira: Se você for ganancioso, acaba por estragar a sua fonte de rendimento.
      

Mas a conclusão mais interessante é:
 
A percepção de que podemos estar bem, mesmo quando os outros não têm uma boa opinião a nosso respeito.

Portanto, o que importa não é o que pensam de nós, mas sim, quem realmente somos. O maior prazer de uma pessoa inteligente é passar por idiota diante de um idiota que se faz passar por inteligente. 
Preocupe-se mais com a sua consciência do que com a sua reputação.
Porque a  sua consciência é o que você é, e a sua reputação é o que os outros pensam de si. E o que os outros pensam... é exclusivamente um problema deles.

As canções do século passado (18)


Simple Minds - Alive And Kicking


Isto é a minha história!...

Coloca os dados solicitados e assiste a um video onde tu participas!


O Que Acontece Se Portugal Sair Do Euro?

quinta-feira, 10 de novembro de 2011

Aulas caóticas

Sem comentários!


Este não é um problema "lá dos professores" ou "da qualidade do ensino", mas uma questão de vida ou de morte, não só para um país mas para toda uma civilização. Ou será muito difícil perceber que este é o indício maior da decadência e da auto-destruição social?
Para proveito dos ditadores futuros, à nossa direita ou à nossa esquerda, é claro.




Apenas Gramática da Língua Portuguesa!...


Vê só como o Português é uma língua rica...... 
Curso Rápido de Gramática:
  • Filho da puta é adjunto adnominal, quando a frase for : ''Conheci um político filho da puta".
  • Se a frase for : "O político é um filho da puta", aí, é predicativo.
  • Agora, se a frase for : "Esse filho da puta é um político", é sujeito.
  • Porém, se o gajo aponta uma arma para a testa do político e diz :  "Agora nega o roubo, filho da puta!" , é vocativo.
  • Finalmente, se a frase for : "O ex-ministro, aquele filho da puta, arruinou o país e não só" , é aposto.
Que língua a nossa ? !
Agora vem o mais importante para o aluno. Se estiver escrito :

"Saiu de ministro, foi viver para França e ainda se acha o salvador da Nação". O "filho da puta" aqui,  é sujeito oculto...

quarta-feira, 9 de novembro de 2011

Lei orgânica do Ministério da Educação e Ciência (MEC)

Finalmente, tivemos acesso ao documento aprovado em Conselho de Ministros:


Orgânica MEC

segunda-feira, 7 de novembro de 2011

David volta dos EUA para Itália

Quem deve o quê a quem!...

Esta troca de "cartas" entre um alemão e um grego data de 2010 e foi publicada na revista Stern.


A primeira carta foi publicada sob o título:


Depois da Alemanha ter tido de salvar os bancos, agora tem de salvar também a Grécia - Os gregos, que primeiros fizeram alquimias com o euro, agora, em vez de fazerem economias, fazem greves



Caros gregos,

Desde 1981 pertencemos à mesma família.
Nós, os alemães, contribuímos como ninguém mais para um Fundo comum, com mais de 200 mil milhões de euros, enquanto a Grécia recebeu cerca de 100 mil milhões dessa verba, ou seja a maior parcela per capita de qualquer outro povo da U.E.
Nunca nenhum povo até agora ajudou tanto outro povo e durante tanto tempo. Vocês são, sinceramente, os amigos mais caros que nós temos.
O caso é que não só se enganam a vocês mesmos, como nos enganam a nós.
No essencial, vocês nunca mostraram ser merecedores do nosso Euro. Desde a sua incorporação como moeda da Grécia, nunca conseguiram, até agora, cumprir os critérios de estabilidade. Dentro da U.E., são o povo que mais gasta em bens de consumo...
Vocês descobriram a democracia, por isso devem saber que se governa através da vontade do povo, que é, no fundo, quem tem a responsabilidade. Não digam, por isso, que só os políticos têm a responsabilidade do desastre. Ninguém vos obrigou a durante anos fugir aos impostos, a opor-se a qualquer política coerente para reduzir os gastos públicos e ninguém vos obrigou a eleger os governantes que têm tido e têm.
Os gregos são quem nos mostrou o caminho da Democracia, da Filosofia e dos primeiros conhecimentos da Economia Nacional.
Mas, agora, mostram-nos um caminho errado. E chegaram onde chegaram...
Não vão mais adiante!!!

Walter Wuelleenweber

Passada uma semana, foi publicada a resposta dada, sob a forma de carta aberta, por um grego:

Caro Walter,

Chamo-me Georgios Psomás. Sou funcionário público e não “empregado público” como, depreciativamente, como insulto, se referem a nós os meus compatriotas e os teus compatriotas.
O meu salário é de 1.000 euros. Por mês, hem!... não vás pensar que por dia, como te querem fazer crer no teu País. Repara que ganho um número que nem sequer é inferior em 1.000 euros ao teu, que é de vários milhares.
Desde 1981, tens razão, estamos na mesma família. Só que nós vos concedemos, em exclusividade, um montão de privilégios, como serem os principais fornecedores do povo grego de tecnologia, armas, infraestruturas (duas autoestradas e dois aeroportos internacionais), telecomunicações, produtos de consumo, automóveis, etc.. Se me esqueço de alguma coisa, desculpa. Chamo-te a atenção para o facto de sermos, dentro da U.E., os maiores importadores de produtos de consumo que são fabricados nas fábricas alemãs.
A verdade é que não responsabilizamos apenas os nossos políticos pelo desastre da Grécia. Para ele contribuíram muito algumas grandes empresas alemãs, as que pagaram enormes “comissões” aos nossos políticos para terem contratos, para nos venderem de tudo, e uns quantos submarinos fora de uso, que postos no mar, continuam tombados de costas para o ar.
Sei que ainda não dás crédito ao que te escrevo. Tem paciência, espera, lê toda a carta, e se não conseguir convencer-te, autorizo-te a que me expulses da Eurozona, esse lugar de VERDADE, de PROSPERIDADE, da JUSTIÇA e do CORRECTO.
Estimado Walter,
Passou mais de meio século desde que a 2ª Guerra Mundial terminou. QUER DIZER MAIS DE 50 ANOS desde a época em que a Alemanha deveria ter saldado as suas obrigações para com a Grécia.
Estas dívidas, QUE SÓ A ALEMANHA até agora resiste a saldar com a Grécia (Bulgária e Roménia cumpriram, ao pagar as indemnizações estipuladas), e que consistem em:
  1. Uma dívida de 80 milhões de marcos alemães por indemnizações, que ficou por pagar da 1ª Guerra Mundial;
  2. Dívidas por diferenças de clearing, no período entre-guerras, que ascendem hoje a 593.873.000 dólares EUA.
  3. Os empréstimos em obrigações que contraíu o III Reich em nome da Grécia, na ocupação alemã, que ascendem a 3,5 mil milhões de dólares durante todo o período de ocupação.
  4. As reparações que deve a Alemanha à Grécia, pelas confiscações, perseguições, execuções e destruições de povoados inteiros, estradas, pontes, linhas férreas, portos, produto do III Reich, e que, segundo o determinado pelos tribunais aliados, ascende a 7,1 mil milhões de dólares, dos quais a Grécia não viu sequer uma nota.
  5. As imensuráveis reparações da Alemanha pela morte de 1.125.960 gregos (38,960 executados, 12 mil mortos como dano colateral, 70 mil mortos em combate, 105 mil mortos em campos de concentração na Alemanha, 600 mil mortos de fome, etc., et.).
  6. A tremenda e imensurável ofensa moral provocada ao povo grego e aos ideais humanísticos da cultura grega.

Amigo Walter,
sei que não te deve agradar nada o que escrevo. Lamento-o.
Mas mais me magoa o que a Alemanha quer fazer comigo e com os meus compatriotas.
Amigo Walter,
Na Grécia laboram 130 empresas alemãs, entre as quais se incluem todos os colossos da indústria do teu País, as que têm lucros anuais de 6,5 mil milhões de euros. Muito em breve, se as coisas continuarem assim, não poderei comprar mais produtos alemães porque cada vez tenho menos dinheiro. Eu e os meus compatriotas crescemos sempre com privações, vamos aguentar, não tenhas problema. Podemos viver sem BMW, sem Mercedes, sem Opel. Deixaremos de comprar produtos do Lidl, do Praktiker.
Mas vocês, Walter, como se vão arranjar com os desempregados que esta situação criará, que por ai os vai obrigar a baixar o seu nível de vida, Perder os seus carros de luxo, as suas férias no estrangeiro, as suas excursões sexuais à Tailândia?
Vocês (alemães, suecos, holandeses, e restantes “compatriotas” da Eurozona) pretendem que saiamos da Europa, da Eurozona e não sei mais de onde.
Creio firmemente que devemos fazê-lo, para nos salvarmos de uma União que é um bando de especuladores financeiros, uma equipa em que jogamos se consumirmos os produtos que vocês oferecem: empréstimos, bens industriais, bens de consumo, obras faraónicas, etc.
E, finalmente, Walter, devemos “acertar” um outro ponto importante, já que vocês também disso são devedores da Grécia:
EXIGIMOS QUE NOS DEVOLVAM A CIVILIZAÇÃO QUE NOS ROUBARAM!!!
Queremos de volta à Grécia as imortais obras dos nosos antepassados, que estão guardadas nos museus de Berlim, de Munique, de Paris, de Roma e de Londres.
E EXIJO QUE SEJA AGORA!!
Já que posso morrer de fome, quero morrer ao lado das obras dos meus antepassados.

Cordialmente,

Georgios Psomás

Peter Murphy - All Night Long

Peter Murphy - All Night Long

quinta-feira, 3 de novembro de 2011

As canções do século passado (16)

Genesis - Land Of Confusion

Dinheiro como Dívida (Money as Debt)

Dinheiro como Dívida (Money as Debt) é um documentário de animação de Paul Grignon sobre
o sistema monetário praticado através dos tempos pelos bancos.
O filme mostra a visão do autor sobre o processo de criação do dinheiro pelos bancos e o seu historial, e alerta sobre os perigos e pela subsequente insustentabilidade desse sistema.

(Para ver as legendas em Português, carregue em "cc" na barra de video)

quarta-feira, 2 de novembro de 2011

O teu número nos 7000 milhões

Existe uma aplicação interessante que permite, após introdução da data de aniversário, saber qual o nosso número em termos de população mundial...
Como sabes há dois dias atrás atingimos a marca dos 7000 milhões

Eu sou o número 3 233 320 936! :)
E vocês?

Para saberem, cliquem na imagem abaixo.

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