Hoje, trago aqui uma questão pertinente e atual, as férias escolares, que aliás é um tema comun na sequência de um manifesto, assinado por vários blogues ligados à Educação.
Trago aqui, a opinião do Paulo Guinote sobre o tema e que foi publicado no seu blogue O Meu Quintal:
Como o tema não é para esgotar com um só texto, vou deixar aqui apenas algumas linhas básicas sobre o assunto.
Em primeiro lugar, as férias escolares deve(ria)m ter como critério principal a adequação dos períodos lectivos/não lectivos aos ritmos de trabalho dos alunos, em especial dos mais novos, o que significa que me parecem absolutamente excessivos períodos contínuos superiores a 2 meses (8-9 semanas) para os alunos até ao 2º ciclo e talvez mesmo 3º ciclo. Períodos curtos de férias de uma semana, a intercalar os de trabalho, só trariam vantagens e reduziriam bastante o desgaste dos alunos e o declínio de resultados ao finalizar dos períodos.
Em segundo lugar, parece-me disparatado ignorar a latitude de cada zona e as suas condições climatéricas. Há zonas onde são necessárias pausas de Inverno mais longas e zonas onde o Estio aconselha a que pelo solstício de Verão (hemisfério Norte) já não existam aulas e assim permaneçam as coisas até perto do equinócio do Outono. Se as férias ficam muito longas assim? Podemos discutir formas de minorar esse problema, com “escolas de férias” a funcionar de forma correcta.
Em terceiro lugar, as férias escolares devem obedecer a uma lógica própria e não estarem vulneráveis aos humores e condicionalismos exógenos de uma sociedade organizada de forma desadequada e injusta, nomeadamente ao nível das condições de trabalho dos pais e famílias dos alunos. Uma sociedade justa, que efectivamente se preocupe em proteger as novas gerações, não se organiza na inversa…. submetendo crianças e jovens, desde cedo na vida a lógicas de explicação laboral. Deve organizar-se de forma a permitir que as crianças estejam em ambiente familiar a maior parte do seu dia e da sua vida. Por isso, a chamada escola a tempo inteiro é uma forma de regressão civilizacional e espanta-me muito que seja muita gente “de Esquerda” a defendê-la, rendendo-se às exigências do sistema capitalista de organização do trabalho.
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