domingo, 1 de outubro de 2017

O novo(?) perfil do docente

Sem novidades o novo Perfil do Professor, publicado pela DGEEC, construído a partir dos dados estatísticos mais recentes, que se referem ao ano lectivo 2015/16.


De facto, não tendo havido, nos últimos anos, qualquer alteração significativa ao modelo de concursos, carreira ou grupos de recrutamento, apenas se pode esperar, deste novo estudo sobre os docentes portugueses, que confirme e reforce as tendências que já anteriormente se evidenciavam.

Ficamos assim a saber que existiam, em 2015/16, no ensino não superior 142 913 professores, dos quais 122 452 no ensino público. Bem menos do que os cerca de 180 mil que chegaram a existir dez anos antes. Ainda assim, os valores apurados são ligeiramente superiores aos números reais de docentes em exercício efectivo nas escolas, pois incluem, por exemplo, situações em que um professor em baixa médica é substituído temporariamente por um colega, sendo, para efeitos estatísticos, contabilizados ambos os docentes.

Os professores portugueses distribuem-se, por níveis e ciclos de ensino, da seguinte forma:



Uma questão que continua a ser pertinente é a do envelhecimento da classe docente, que rapidamente se constata ao verificar que a idade média dos professores oscila entre os 45 e os 49 anos nos diferentes níveis de ensino. Olhando para a forma como os docentes se distribuem por diversas faixas etárias, percebe-se que cerca de 80% da classe é constituída por docentes que ingressaram na profissão no final dos anos 70 e ao longo da década de 8o, um período em que o alargamento da escolarização e uma natalidade superior à actual obrigaram à contratação de muitos professores. Posteriormente, a estabilização do sistema e a redução da natalidade reduziram bastante a procura de novos profissionais e as medidas austeritárias dos últimos dez anos fecharam a escola pública à entrada de jovens professores.



O desequilíbrio da estrutura etária na profissão docente é evidente e, sem que sejam tomadas medidas políticas para o contrariar, tenderá a aumentar nos próximos anos. Ainda assim, a sua incidência apresenta, numa análise mais pormenorizada, aspectos que vale a pena destacar.

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