E tudo começou como, estou exausto de escrevê-lo, devia começar: na atitude com que se entrou em campo. Entrar para ganhar, passando, imediatamente, essa mensagem ao adversário, faz a balança movimentar-se. Não terá espantado, por isso, que a equipa tivesse chegado aos 2-0 e que ficasse a dever a si mesma, pelo menos, mais dois golos certos (e que jeito daria uma goleada para trazer confiança extra a esta equipa). Mas espantou, obviamente que espantou que, de um momento para o outro, os jogadores parecessem ter-se soltado das amarras que lhe tolhem a mente e as pernas. Não sei se terá sido inspiração divina, solicitada pelo recordado João Rocha, mas a verdade é que se viu futebol, muito bom a espaços, em Alvalade. Principais protagonistas? Uma interessante ala direita, com Bruma e Cédric a aproveitarem o “colo” de Dier para surgirem como setas no meio-campo adversário (e até à linha de fundo, que saudades); um Labyad acordado para a vida e com vontade de fazer a diferença; um Capel ao nível do que, na época passada, conquistou os adeptos (maravilhoso, caro Diego, aquele movimento sobre dois adversários, na linha de fundo); um Wolfswinkel como fome de golo e incansável na procura das melhores soluções para a equipa.
Claro que os problemas estão longe de estarem resolvidos. Basta olhar para a forma como sofremos o golo (até quando o Rojo a central?); basta olhar para a forma como a camisola pesa toneladas sobre os ombros de Joãozinho; basta recordar a última meia-hora onde, exausto de tanto procurar mais golos que teimavam em não aparecer, o Leão se encolheu e, mergulhado nas suas dúvidas existenciais, ficou vulnerável a um castigo que seria uma tremenda injustiça (a saída de Labyad para a entrada de Adrien foi miserável e incompreensível, tendo em conta a presença de André Martins no banco). São as dores de crescimento, que demorarão a passar. Para já, souberam bem, muito bem, estes 60 minutos onde foi possível matar saudades do Sporting.
Fonte: O Cacifo do Paulinho
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