A voz de Nico e a cadência instrumental simultaneamente radiosa e arrastada da sra. Tucker e dos srs. Cale, Reed e Morrison, além de constituírem uma das faixas de abertura perfeitas para um álbum (no caso, The Velvet Underground & Nico, aliás o álbum da banana), dão corpo a um clássico feito para ser ouvido na certeza absoluta que nada o vai arrancar da cama.
BILL WITHERS "Lovely Day" (1977)
O passo seguinte a "Sunday Morning", na eventualidade de estar-se a acordar acompanhado, de o Sol lá fora meter inveja e de haver mar por perto. R&b de seda cujo sucesso se multiplicou nos anos 1980 graças a aparição em anúncio televisivo.
THE BOOMTOWN RATS "I Don't Like Mondays (1979)
O passo seguinte a "Sunday Morning", na eventualidade de, afinal, ser segunda-feira e o dia lá fora estar miserável. A única canção que toda a gente conhece do tempo em que Bob Geldof fazia música, baseada na história real de uma miúda de 16 anos que abriu fogo na sua escola, matando duas pessoas e ferindo nove. O nome da canção cita a sua justificação para o acto.
RÁDIO MACAU "Bom Dia Lisboa" (1984)
O tema mais conhecido do álbum de estreia da banda de Xana e Flak. Uma nova geração aterra na capital e tem um sonho modernista de infiltrar-se "numa ruela qualquer / Entre Alfama e a Madragoa".
WHAM! "Wake Me Up Before You Go-Go" (1984)
Mesmo sem ser um momento de antologia na breve carreira dos Wham!, tem energia e frescura mais do que suficientes para correr da cama com qualquer ouvinte. No refrão, George Michael diz que "I'm not plannin' on going solo". Mente descaradamente.
BANGLES "Manic Monday" (1986)
Primeiro de uma mão cheia de êxitos das Bangles, uma oferta de Prince (que assina a canção como Christopher) que lida convincentemente com uma temática perfeitamente familiar a qualquer mega- -estrela pop: aquela coisa do quotidiano da classe operária.
SÉRGIO GODINHO "Lisboa que Amanhece" (1986)
Não tanto uma canção para acordar, antes uma homenagem aos que conseguem chegar ao fim da noite - com nódoas negras físicas e/ou emocionais, mas vivos. Vale mais do que mil imagens. Um dos momentos maiores da história da música portuguesa.
THE BOO RADLEYS "Wake Up Boo!" (1995)
Para o bem e para o mal, a pop britânica voltou à terra com a britpop. Na ressaca do hedonismo criativo de Madchester e da cultura rave, o novo conservadorismo paroquial tinha, todavia, uns quantos fazedores de canções com centelha. É o caso de Martin Carr, dos Boo Radleys. O falsamente efusivo "Wake Up Boo!", com piscar de olho aos Beach Boys, foi o seu maior sucesso.
OASIS "Morning Glory" (1995)
Por falar em britpop... "Morning Glory" e o álbum homónimo que a contém simbolizam o auge da euforia, da auto-confiança desbocada e do deleite químico da banda mais famosa e folclórica desses tempos de prosperidade.
U2 "Beautiful Day" (2000)
Depois de terem passado os anos 1990 numa trip de reinvenção electrónica e pós-moderna, os U2 entram no novo século numa reaproximação ao rock, os versos e o eixo guitarra-baixo-bateria readquirindo a secura e parte das intenções épicas de outros tempos.
Fonte: Blitz
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