terça-feira, 21 de novembro de 2017

Lendas e mitos sobre a carreira dos professores (1)

Achei muito interessante o comentário feito por "sr.prof.ze" no blog ComRegras e não poderia deixar de trazê-lo aqui, porque ele ilustra na perfeição o sentimento que neste momento é sentida por toda a classe.


Não é possível contar todo o tempo de serviço dos professores?

Façamos uma breve análise do que aconteceu a partir de 2006 em que a carreira docente era de 26 anos.
– Em 2007 passou para 31 anos – 4 anos mais para atingir o fim da carreira (oferta de Maria de Lurdes Rodrigues).
– Em 2009 passou para 35 anos – e mais 4 anos para atingir o fim da carreira (nova oferta de Maria de Lurdes Rodrigues).
– Em 2010 foi efetuado o “reposicionamento” na nova carreira em que os professores foram colocados (em média) 4 anos atrás do seu tempo real de serviço – mais 4 anos para atingir o fim da carreira (oferta de Isabel Alçada).
– De 30 de agosto de 2005 a 31 de dezembro de 2007 foram 854 dias de congelamento – cerca de 2,5 anos a mais para atingir o fim da carreira (oferta de José Sócrates).
– De 1 de janeiro de 2011 a 31 de dezembro de 2017 são 2557 dias de congelamento – mais 7 anos para atingir o fim da carreira (oferta conjunta de José Sócrates, Passos Coelho e António Costa).

Desde 2006 foram-me retirados 21,5 anos à carreira.
A atual carreira docente é de quase 48 anos.

Os meus cabelos estão brancos e o meu carro tem centenas de milhar de quilómetros.
Não me venham dizer que o cronómetro esteve parado.

Na carreira docente não há mérito nas progressões?

Ao longo destes anos tive milhares de alunos, fiz dezenas de ações de formação, os resultados subiram em todos os rankings internacionais e fui sempre avaliado.

Todos os professores atingem o topo da carreira?

Nenhum professor está atualmente no topo da carreira, o atual 10.º escalão.


Este escalão foi criado para que nos resumos estatísticos da OCDE pareça que em Portugal os professores ganham muito.

Mas o verdadeiro topo da carreira não é este 10.º escalão.
Os verdadeiros topos da carreira são os seguintes:
– Auferir uma subvenção vitalícia da Assembleia da República;
– Ter uma reforma dourada numa Gulbenkian ou Fundação Lusa Americana para o Desenvolvimento após uns anitos como Ministro(a);
– Pertencer ao conselho Nacional de Educação;
– Fazer uns estudos bem pagos sobre a Educação.

Não há dinheiro para pagar aos professores?

Mas já há dinheiro para pagar a 1400 assessores dos gabinetes ministeriais!
Já há dinheiro para pagar o SIRESP!
Já há dinheiro para pagar os roubos internos dos bancos!
Já há dinheiro para as PPP!
Já há dinheiro para pagar ao “cartel do fogo”!
Dinheiro há! Mas as negociatas e as clientelas políticas e “empresariais” têm sido muito mais importantes do que os Alunos deste País.


A Educação não é “Despesa Orçamental” mas sim Investimento!

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