segunda-feira, 29 de abril de 2013

Um Novo Rumo ao Segundo Resgate

O discurso de encerramento do congresso do PS por parte de Tó Zé Inseguro é, conforme se esperava, repleto de retórica e das baboseiras do costume que arrancam periodicamente uma forte salva de palmas, mesmo quando afirma que com o PS “o rigor, os sacrifícios e a contenção orçamental não desaparecerão”.

As “propostas concretas” que constituiem o novo rumo a “um Portugal mais moderno, mais justo e mais solidário” (o que é que quer seja que isso signifique) são então as seguintes segundo as minhas notas – os meus comentários a itálico:
  1. Acabar com a política de austeridade – boa, Tó Zé!
  2. Parar com os cortes de 4.000 milhões – boa, Tó Zé! E substituis os cortes por?…
  3. Mais tempo para consolidação orçamental – é chato ter que fazer reformas sérias, é mais fácil adia-las indefinidamente.
  4. Renegociação das condições de ajustamento para cumprir os compromissos (mais tempo, menos juros e diferimento do pagamento de juros) – boa sorte, Tó Zé!
  5. Devolução dos lucros do BCE com os empréstimos a Portugal – boa sorte, Tó Zé; e que tal o BCE devolver o lucro mais juros?
  6. Transformar dívidas (estado + bancos) de empresas viáveis em capital – se as empresas têm assim dívidas e são viáveis, creio que devem aparecer investidores interessados (incluindo os bancos) sem ser preciso o estado andar a injectar dinheiro dos contribuintes em empresas com dívidas.
  7. Reduzir exigência de capital Core Tier 1 de 10% para 9% (dinheiro parado na economia) - boa sorte, Tó Zé; um dia ainda vais perceber a diferença entre moeda, poupança e capital.
  8. Aumentar salário mínimo + pensões mais baixas – e onde vão o estado e as empresas buscar o dinheiro?
  9. Programa de actividades (ocupação) para desempregados - sugiro cavar e tapar buracos; emprego garantido para todos.
  10. Aumento do subsídio de desemprego (mais 6 meses) – e porque não mais 12 ou 24 meses, se é para gastar dinheiro que não temos?
  11. Baixar o IVA da restauração – eu sou sempre a favor da baixa de impostos mas um bocado contra o favorecimento de sectores ou empresas específicas. A baixar, que se baixe para todos.
  12. Programa de reabilitação urbana – boa Tó Zé: gastar dinheiro dos contribuintes que não temos numa àrea de necessidade e utilidade muito duvidosa.
  13. Programa de emprego jovem – e fundos?
  14. Crédito fiscal para suprimentos dos sócios – sou sempre a favor de menos impostos, mas acho que os governos não devem promover comportamentos e preferia uma baixa generalizada do IRC.
  15. Financiar a segurança social também através de uma taxa sobre os lucros das empresas – terei ouvido bem?!?
  16. Criação de Banco de Fomento – mais um banco público? E capital? Deve o governo escolher que empresas devem receber fundos em detrimento de outras empresas?
  17. Tratamento fiscal diferenciado para lucros reinvestidos desde que criem emprego – mais uma vez, deve o governo promover comportamentos? Porque é que um investimento que não crie emprego deve ser tratado de forma diferenciada?
  18. Separação na saúde do sector público e sector privado e uso de telemedicina.
  19. Emissão de moeda por parte do BCE – ó Tó Zé, não sei se sabes mas o BCE farta-se de emitir moeda que além de corresponder a uma transferência de riqueza, resulta em inflação. Como diz o Jim Rogers “se a emissão de moeda gerasse prosperidade, o Zimbabwe seria o país mais próspero do mundo.”
  20. Mutualização da dívida (para a dívida acima de 60% do PIB) – fundo de redenção/euro-bonds – uma maneira de fazer os países mais disciplinados pagar pelos países menos indisciplinados e chamar-lhe “Solidariedade Europeia”.


Fonte: O Insurgente

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