Não se sabe ao certo o que Nuno Crato vai fazer com o concurso de professores!
É abusivo concluir que o governo PSD/CDS vai acabar com os concursos nacionais de professores pelo facto de o programa eleitoral do PSD não lhes fazer referência, mas também é abusivo afirmar que nada será feito pelo facto de o referido programa nada referir sobre esta matéria.
No domínio dos princípios e da teoria, Nuno Crato é um defensor dos concursos locais de professores. É isso que ele diz na entrevista à revista Ecclesia:
"Os professores são colocados centralmente, pelo Ministério da Educação – imagine o que se passava no jornalismo, que houvesse um ministério central do jornalismo que dissesse: este jornalista agora vai para o Diário de Notícias, este vai para a televisão, este vai para a Antena 2. Isto é absurdo, mas é o que se passa no Ensino: há um ministério que controla a colocação dos professores".
O concurso nacional é muito popular entre os professores. Por esta razão: evita o nepotismo presente em muitos concursos locais.
Tem desvantagens. Uma delas impedir que o diretor tenha uma palavra na escolha de docentes com perfil adequado ao projeto educativo da escola. Outra desvantagem: o concurso nacional só enfatiza o critério da graduação profissional, o qual é o resultado de duas variáveis que não garantem a escolha dos melhores profissionais. Essas variáveis são a classificação final do curso e o tempo de serviço. Todos sabemos que nem a classificação do curso nem o tempo de serviço são garantes de profissionalismo e competência.
A critica justa que Nuno Crato faz dos concursos nacionais reside no facto de não garantirem nem o profissionalismo nem a competência.
Com o previsível aumento da autonomia das Escolas, parece-me óbvio que também aqui terá que haver mexidas.
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