terça-feira, 26 de fevereiro de 2013

Vitamina B – O professor

Sinto-me completamente descomprometido, para falar de Jesualdo Ferreira. Nunca fez parte do meu leque de treinadores de eleição, tanto em termos técnicos, como em termos de personalidade. E se esta segunda vertente começa a suavizar-se bastante mais com as suas últimas conferências de imprensa, confesso que continuo com bastantes dúvidas no que toca às suas capacidades técnicas. É mau? Não, não é. Mas também me parece que não será um treinador de topo.

A questão é, agora, saber se será ele o nome certo para conduzir os putos. Por aquilo que me parece, o balneário está com ele, e isso é algo muito importante. E o próprio Jesualdo já deu o mote: será necessário contratar três ou quatro jogadores de alto calibre, que sustentem o crescimento dos mais novos; não pedir aos mais novos que carreguem sobre os ombros toda a responsabilidade. No fundo, Jesualdo quer ovos, até porque sabe que foi com ovos como Lucho, Lisandro, Quaresma, Bosingwa, Hulk ou Falcão que fez as melhores omeletes da sua vida (tal como nós sabemos que foi com Schmeichel, André Cruz, Duscher, Pedro Barbosa, Acosta, João Pinto, Jardel, Rui Jorge ou Babb que Inácio e Boloni deram ares de chef)

Posto isto, creio que posso resumir a minha posição da seguinte forma: não sei se valerá a pena estar a “deitar fora” o trabalho que Jesualdo já começou e continuará a fazer até ao final da época, para trazer um Leonardo Jardim ou, bem pior, inventar um novo Mourinho indo buscar um Marco Silva ou um Paulo Fonseca. Mas desconfio que viraremos mais uma página da nossa história sem atacar aquela que, para mim, seria a solução: contratar um Van Gaal, um gajo capaz de ser superior a todas as tricas que dão ritmo ao nosso futebol, um gajo capaz de, efectivamente, ensinar futebol a jogadores de todas as idades, um gajo capaz de dar verdadeiros banhos tácticos (e não de levar, como nos tem acontecido) e de reduzir à sua mediania a maioria dos treinadores que por cá trabalha.

Um treinador bom custa dinheiro. Mais, exige bons jogadores. E, tendo em conta o estado das nossas finanças, até tem dado bastante jeito o desfile de treinadores que trabalham não com o que querem, mas com o que lhes dão.

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