Em segundo lugar, a qualidade de uma escola, das suas aprendizagens, do seu corpo docente, da sua comunidade educativa, do seu projeto educativo, da sua liderança, das suas instalações, da formação integral dos alunos, não vem nos resultados dos exames nacionais. Os rankings dos exames nacionais também não falam sobre o poder económico dos pais, não dizem quanto investiram, em explicações, fora da escola. Não dizem quantos alunos foram deixados para trás, quantos foram prejudicados ou favorecidos na avaliação interna, para que algumas escolas (públicas e privadas) façam boa figura nas listas.
Claro que esta confusão de se pensar que a melhor escola é a que está no topo do ranking dos exames nacionais tem sido muito bem alimentada pelos mass media, vá-se lá saber porquê. Na verdade, os media recebem informação sobre a qualidade dos resultados dos exames nacionais que transfiguram em manchetes sobre a qualidade das escolas. Mas também recebem a informação que o ME lhes dá. E se o ME, que já reconheceu não ser adepto dos rankings, não lhes facultasse qualquer dado sobre as escolas que se recusam a indicar dados de contexto, ou seja, sobre o perfil socioeconómico dos pais (ação social, nível de escolaridade dos pais, etc…) nenhuma escola privada figuraria nos rankings dos exames nacionais. Nenhuma escola privada seria a “melhor escola”.
Fonte: Educação Democrática
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