quarta-feira, 21 de novembro de 2012

Défice de produtividade em Portugal pode estar relacionado com falta de flexibilidade no trabalho e na tecnologia

Estudo encomendado pela Microsoft Europa à consultora Vanson Bourne dá a conhecer alguns indicadores com impacto na produtividade em Portugal;
37% dos portugueses inquiridos declararam nunca ter trabalhado fora do seu local habitual de trabalho. 82% revela que gostaria de ter alguma flexibilidade na prestação do trabalho, e 63% considera que seria mais produtivo trabalhar de forma flexível, nomeadamente porque a esmagadora maioria, 82%, também faz trabalho suplementar, 63% dos quais no próprio local de trabalho. Nas organizações que integram formas de trabalho flexíveis, 68% dos inquiridos revelam ser mais produtivos com este formato de trabalho.
No que concerne às possíveis barreiras à flexibilidade no trabalho, a falta de confiança na execução das tarefas fora do local de trabalho (apenas 45% confia na produtividade fora do escritório) e a pouca disponibilização de informação, apoio e procedimentos das empresas (apenas 14% o fazem de forma estruturada) são as razões apontadas.
59% dos trabalhadores inquiridos, admite usar tecnologia pessoal em contexto profissional, nomeadamente por possuírem laptop em vez de desktop (35%). 65% dos inquiridos considera, ainda, que ter um computador portátil ou um dispositivo móvel com capacidade para consultar emails os tornaria mais produtivos.


A Microsoft Portugal deu a conhecer os resultados de um estudo, encomendado à consultora Vanson Bourne, sobre as diferentes opiniões relativamente à flexibilidade no trabalho e ao seu impacto na produtividade das empresas e colaboradores. O estudo inquiriu 1.500 trabalhadores, desempenhando funções de escritório, em 15 países europeus: Áustria, Alemanha, Bélgica, Dinamarca, Espanha, Finlândia, França, Holanda, Irlanda, Itália, Noruega, Reino Unido, Suécia e Suíça, tendo Portugal sido também um dos países contemplados.

De acordo com os dados recolhidos junto dos inquiridos o défice de produtividade em Portugal pode estar relacionado com a falta de flexibilidade na prestação do trabalho e na tecnologia, na medida em que apenas metade das empresas portuguesas (50%) incorporam a flexibilidade no seu modelo de trabalho. Dos trabalhadores inquiridos a nível nacional, 37% (42% mulheres e 28% homens) revela que nunca trabalharam fora do escritório, apesar de reconhecerem os benefícios do trabalho flexível. 82% destes colaboradores afirma fazer horas extraordinárias todas as semanas, sendo que a grande maioria, 63%, fazem-no normalmente no seu local de trabalho. Realidade que contrasta com os dados recolhidos a nível global, em que os inquiridos do género masculino (85%) se destacam como mais propensos a trabalhar horas extras, comparativamente aos inquiridos do género feminino (22%).

Embora quase 44% dos empregados afirme que o trabalho flexível é permitido no seu local de trabalho, apenas 14% das empresas possui uma política proactiva de trabalho flexível e suporte tecnológico a este mesmo modelo. Dos colaboradores inquiridos, 27% dos empregados de pequenas e médias empresas (com menos de 50 colaboradores) afirmam trabalhar regularmente fora do escritório, mas apenas 9% o fazem em empresas com mais de 500 colaboradores.

O estudo demonstra, ainda, que o impacto do trabalho flexível excede largamente a mera satisfação do trabalho, uma vez que 68% dos trabalhadores em Portugal são mais produtivos quando trabalham de forma flexível, destacando-se este número como a segunda maior percentagem na Europa, a seguir à Espanha (76%). Da mesma forma, 63% dos trabalhadores em Portugal acredita que o trabalho flexível os torna mais produtivos, na medida em que lhes permite um melhor equilíbrio entre a sua vida profissional e pessoal, destacando-se esta percentagem como a mais elevada na Europa. Destes, 82%, sobretudo trabalhadores do género masculino, na faixa etária entre os 18 e os 24 anos (78%), considera que uma maior flexibilidade no trabalho permitirá uma melhor qualidade de vida.

No que concerne às práticas laborais, o modelo de flexibilidade no trabalho parece estar também relacionado com a dimensão das empresas, já que são as pequenas empresas, (com menos de 10 colaboradores) que apresentam maior propensão para permitir o trabalho flexível, com mais de dois terços a utilizar já este modelo de trabalho. Contudo, apenas 14% das empresas portuguesas disponibiliza linhas orientadoras sobre o trabalho flexível, possuindo uma política e tecnologia de suporte implementadas, número que contrapõe com os dados anteriores e que destacam Portugal como um dos países com percentagem mais baixa a este nível, em toda a Europa.

Quando questionados sobre o papel que os departamentos de TI assumem na transformação do mundo de trabalho, 29% dos inquiridos em Portugal revela nunca ter solicitado ajuda ao departamento de informática no que respeita ao trabalho flexível, e apenas 8% descreve os departamentos de TI como muito úteis no que respeita à facilitação do trabalho.

Dos trabalhadores inquiridos, 45% diz acreditar que os seus colegas sejam mais produtivos a trabalhar de modo flexível ou fora do escritório, e 21% afirma que a opção de trabalho flexível influenciaria a sua decisão de aceitar um novo emprego. Quando questionados sobre o modelo de trabalho ideal, 73% dos trabalhadores inquiridos revela que optaria por uma proposta que combinasse trabalho dentro e fora da organização, e menos de um em cada cinco (8%) optaria por trabalhar apenas no escritório, facto que está também relacionado com as responsabilidades assumidas dentro da organização e com o nível de desempenho que pretendem manter perante as chefias. A este nível, 46% dos inquiridos a nível nacional assumem ser mais produtivos quando têm um modelo de trabalho flexível e podem, por exemplo, trabalhar a partir de casa.

Por outro lado, e quando interpelados sobre as principais barreiras ao trabalho flexível/fora do escritório, 31% aponta a impossibilidade de acesso remoto à tecnologia e sistemas necessários, bem como a dificuldade em “desligar” e fazer a distinção entre a vida profissional e pessoal, como os principais entraves. Um total de 27% afirma, ainda, que o acesso a software melhorado lhes permitirá serem mais produtivos, número que nas grandes organizações aumenta para 30%. Porém, o desejo de evitar as deslocações desnecessárias e economizar nos custos inerentes são duas das razões apontadas pelos inquiridos para a opção por um modelo de trabalho flexível (21%).

No que respeita ao suporte dos departamentos de TI, apenas três em cada dez inquiridos refere que a sua empresa fornece diretrizes corporativas para um modelo de trabalho flexível, descrevendo os departamentos de TI como sendo muito úteis relativamente à facilitação deste tipo de modelo. Os obstáculos mais comuns a este nível dizem, sobretudo, respeito a questões protocolares, a medidas de segurança e a custos associados.

O inquérito revela, ainda, que 59% dos portugueses inquiridos utiliza os seus dispositivos tecnológicos pessoais em contexto profissional e para efeitos laborais, nomeadamente pelo facto de terem computador portátil em vez de PC de secretária (35%), sendo que 65% afirma não ter acesso a hardware básico da empresa (portátil / dispositivo móvel) que lhes permita serem mais produtivos em situações de trabalho remoto. Um quarto dos empregados, em grandes organizações, não tem assim, acesso à tecnologia e aos sistemas fora do escritório, enquanto apenas 16% em pequenas empresas enfrentam o mesmo problema. Apenas 7% dos empregadores impõe restrições à utilização de tecnologia pessoal, o que significa que os trabalhadores não têm os seus sistemas de TI laborais replicados, facto que tem consequentes impactos na produtividade das empresas.

Conclusão

Através deste estudo, a Microsoft caracteriza o tecido empresarial português e dá a conhecer as linhas orientadoras daquela que deverá ser uma cultura empresarial de confiança, assente num modelo de trabalho flexível. Neste âmbito, as empresas portuguesas enfrentam dois grandes desafios, por um lado, assegurar o acesso dos seus colaboradores aos suportes tecnológicos mais adequados ao cumprimento dos seus objectivos, e por outro, a construção de uma cultura de confiança na produtividade dos colaboradores e flexibilidade no trabalho.

Estudo disponível na íntegra em: www.microsoft.pt/imprensa/novoOffice

Fonte: Microsoft

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