quarta-feira, 10 de outubro de 2012

Não havia necessidade - Ribeiro Cristóvão

Face ao apagão que mantém o Sporting desactivado há algum tempo, poucos teriam  ousado vaticinar um resultado positivo dos leões frente a um Futebol Clube do Porto mais forte, muito mais motivado e, vantagem acrescida, a jogar no seu estádio.
Acabaram por vencer os dragões, com toda a naturalidade. Num jogo sensaborão, que raramente empolgou a plateia, voltaram a revelar melhor organização, o que não era difícil, sem nunca darem chances a um adversário que prossegue confirmando a impotência que é a sua imagem de marca dos desafios mais recentes.
Por tudo isto, e porque a vitória dos nortenhos nunca suscitou dúvidas a ninguém, não havia necessidade de uma arbitragem tão descuidada e pouco isenta à qual o Porto fica a dever uma boa parte da tranquilidade de que desfrutou durante quase todo o jogo.
A um leão moribundo, como este que por ora habita em Alvalade, eram dispensáveis estes tiros de morteiro que Jorge Sousa resolveu assestar-lhe, fazendo ao mesmo tempo aumentar a desconfiança que vai por aí à volta do sector da arbitragem, como sempre o pólo das mais violentas discussões no panorama do futebol português.
Desta jornada do campeonato sobra também, de novo, uma dúvida que a todos assalta ciclicamente. É que, se olharmos às exibições de praticamente todas as equipas que marcaram presença nas competições europeias da semana passada, não se encontra explicação plausível para actuações tão descoloridas e para resultados tão inesperados.
O Benfica passou por momentos de grande aflição, em casa, frente ao último classificado, a Académica perdeu em Coimbra com o Vitória de Guimarães, o Sporting de Braga passou as do Algarve para chegar a um empate com a equipa de Olhão.
Se acrescentarmos a tudo isto o clássico sem chama do Dragão, é caso para pedir aos mais entendidos que encontrem respostas para tantas interrogações.
Ainda bem que foi possível ontem assistir a outro clássico aqui bem perto de nós, mas com outra dimensão e de outra galáxia. O Barcelona-Real Madrid teve golos soberbos que o ajudaram a transformar num grande espectáculo, e não só confirmou as duas melhores equipas do mundo da actualidade como, igualmente, os dois melhores jogadores deste tempo.
Segue-se uma nova paragem nos campeonatos para uma jornada dupla mundialista. Para a nossa selecção vêem a caminho especiais dificuldades. Esperemos que seja capaz de as ultrapassar como até aqui.


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